18 de nov. de 2011

Crítica: Shakespeare Apaixonado (Filme)

Shakespeare Apaixonado



Shakespeare Apaixonado (Shakespeare in Love, 1998), é um filme do gênero drama/comédia romântica, dirigido por John Madden. Recebeu 7 Oscar, incluindo melhor filme e melhor atriz (inclusive, Gwyneth Paltrow, atriz então novata, ganhou da atriz brasileira Fernanda Montenegro, concorrendo por Central do Brasil), e recebeu outras 6 indicações.

A trama conta a história de Shakespeare (Joseph Fiennes), jovem astro do teatro londrino que sofre um bloqueio criativo. Mas quando ele conhece Viola de Lesseps (Gwyneth Paltrow), uma jovem que sonha em atuar (o que é expressamente proibido às mulheres da época), se disfarça de homem para fazer testes na peça de Shakespeare. Em pouco tempo, Shakespeare descobre a farsa de Lady Viola e, apaixonado por ela, começa a cria a peça que seria uma de suas mais célebres: Romeu & Julieta.

Lady Viola disfarçada de homem, para atuar

Além da paixão de Shakespeare, a trama é bem pontuada com a rivalidade dos teatros londrinos, que brigam pelos melhores autores e peças. O cenário é também muito bem ambientado, com uma fotografia belíssima, que vai desde os belos e pomposos castelos às ruas sujas e miseráveis, com uma população pobre e castigada então pela peste negra, o que ocasiona o fechamento dos teatros em certas cenas.

Joseph Fiennes faz um ótimo William Shakespeare, irreverente e um tanto modernizado, o homem que fugiu de um casamento infeliz, e reencontra o amor em Lady Viola. Gwyneth Paltrow está ótima como a jovem apaixonada pelo famoso autor, mas comprometida em casamento ao ambicioso Lorde Wessex (Colin Firth, aparecendo pouco, mas eficiente), mas deixa alguns cinéfilos em dúvida se sua interpretação foi tão primorosa a ponto de superar nossa diva nacional, Fernanda Montenegro. Em minha opinião como cinéfila, Fernanda Montenegro foi superior em sua atuação; porém, discutir isso não levará em nada.

Mas as melhores interpretações do filme pertencem aos coadjuvantes. Geoffrey Rush, no papel de Philip Henslowe, brilha durante o filme, com tiradas e falas bem humoradas e inteligentes. E também Judi Dench, como a Rainha Elizabeth I, tem participações vitais e marcantes, tanto que arrebatou o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Geoffrey Rush como Philip Henslowe
Mesclando o romance de Shakespeare e Viola (que é muito melodramático, com direito a vários diálogos em estilo elisabetano) com as frequentes cenas de ensaios teatrais (o que poderia cansar aqueles que não são familiarizados ao teatro, mas não acontece devido às interferências bem humoradas, principalmente por Geoffrey Rush), o filme torna-se leve e divertido, e provavelmente agradará a maior parte das pessoas que o assistirem. E um ponto muito interessante do filme é a relação de Shakespeare com seu concorrente no mundo teatral, Christopher Marlowe (Rupert Everett).

Mostrando um período muito rico do Renascimento através da obra de um dos artistas mais talentosos que já existiu, Shakespeare Apaixonado faz um bom papel. Não possuí a genialidade de uma obra de Shakespeare, mas é gostoso e divertido.

TRAILER:


Eu não upei diretamente o filme, mas disponibilizei alguns links para download para vocês, nos seguites servidores:

DOWNLOAD DO FILME (RMVB):

Download pelo Megaupload

Download pelo Enterupload

Download pelo Uploading

ASSISTIR FILME ONLINE:

Pelo Megavideo 

7 de nov. de 2011

Conto - Nowhere

Olá!
Hoje não temos aqui nenhum conto normal, ou nos padrões do blog. Aliás, hoje temos uma postagem extra: trata-se de uma homenagem minha ao meu querido amigo Jeff, que faz aniversário hoje. Convido vocês a lerem também =]
Nowhere



“Era uma vez, um garoto oposto do normal; vivia em Lugar Nenhum, e sendo assim não podia ser encontrado, e tudo ao seu redor era vazio como a profundidade do plástico.

Em Lugar Nenhum, o garoto convivia com muitas pessoas ninguém (pessoas ninguém são aquelas que parecem ser invisíveis, aquelas que as pessoas passam, olham, mas realmente não enxergam, o garoto explicava cada vez que lhe perguntavam) e muitas pessoas alguém (essas são as pessoas normais, o garoto esclarecia).

Ele, particularmente, gostava mais das pessoas ninguém.  Elas eram opostas do normal, como ele.

Por ser oposto ao normal, o garoto encontrou em seu caminho muitas coisas estranhas; e lhe dava um nó na cabeça quando lhe era explicado que essas “coisas estranhas” não eram estranhas, eram normais! Estranhas eram as coisas que para tal garoto eram normais!

Oras, quem era ali que determinava a estranheza ou normalidade das coisas? Nada estava muito certo para o garoto.

Conforme crescia, o garoto virou rapaz; de rapaz, virou homem. E a única coisa desse processo todo que não sofreu alterações fora o fato de nada fazer sentido. O que era normal ainda lhe era estranho, e o que era estranho ainda lhe era normal.

Mas o ex-garoto, agora homem, dilacerou a própria mente e decidiu viver de acordo com suas estranhas normas e conceitos; se quando garoto o mundo não lhe fazia sentido, por que deveria fazer agora que crescera?

Reunindo sua estranheza, em Lugar Nenhum se estabelecera e lá vivera, convivendo com todas as pessoas ninguém que passavam em seu caminho, até descobrir o seu próprio caminho, fora de Lugar Nenhum.

Sem nenhum “viveu feliz para sempre”, e sem tragédias.

Mas aí, já é outra história.”

Fim

Especialmente pra você, Jeff, meu maninho do meio que eu nunca tive XD Espero que você goste dessa homenagem tosquinha. Feliz aniversário e desejo tudo de bom pra você, sempre! =]