Oi :D
Então, um novo texto pra vocês... e eu sei que é dia dos namorados, me desculpem minha falta de romantismo, hahaha, mas o amor possui tantas facetas...
O título vem da música do Joy Division. Podem baixá-la aqui ou ouvi-lá aqui , dá mais clima pra história ^^
É isso... enjoy!
Love Will Tear Us Apart
Mais uma vez, ele acordou com vontade de não levantar. Sem ânimo para si, ou para qualquer coisa que fosse.
Mas como sempre tentara enfrentar a vida de frente, obrigou a si mesmo a lutar, a sair da cama, mesmo sem vontade de viver.
Enquanto fazia sua rotina matinal de higiene, deixou-se pensar em sua vida, e ficou a se perguntar quando se tornou aquele ser vazio e sem esperanças.
Foi sem perceber; em um dia, o trabalho era divertido, a faculdade era o máximo; agora, realmente não fazia diferença alguma.
E era isso que o irritava; não é que sentisse raiva, frustração, tristeza ou ódio.
Ele não sentia nada.
E essa apatia não lhe era comum. Sempre fora um ser repleto de emoções e atitudes passionais. Ora, pois não fora assim quando ela surgiu na sua vid...
Ela. Descobriu não estar totalmente apático ao pensar nela. Até dizer seu nome doía, por isso não o fez.
Mas nada no mundo pode impedir que o rosto dela surgisse em sua mente, e ele deixou-se escorregar-se para o chão frio do banheiro.
Ela... não fazia tanto tempo que entrara em sua vida, mas lhe parecia uma eternidade. Conheceram-se de uma maneira tão comum para pessoas tão estranhas: faculdade, festa, álcool, cama, “qual é o seu nome
mesmo?” na manhã seguinte.
Mas de comum na relação deles só existia o começo.
Com um sorriso triste, ele lembrou-se das discussões que sempre eram caladas com um beijo, das loucuras... lembrou-se como ela ficava possessa com ele por tantos motivos, mas principalmente com o que ela chamava de sua “indiferença” em relação a ela.
Só o que ela nunca entendera fora que não era indiferença, mas medo. Sempre tivera medo de demonstrar seus sentimentos a alguém e se machucar, ou pior, machucar a ela. Ele nunca se perdoaria por isso.
Desde que surgira em sua vida, ela sempre fora o motivo de todos os seus sorrisos.
Porém, nos últimos tempos, era também motivo de suas lágrimas e dúvidas.
De alguma maneira que fugiu de seu controle, ela tornara-se parte da massa de apatia que se formou em sua alma, com a única diferença de ainda poder mexer intimamente com ele.
Mas de que adiantava se ela não podia fazer nada?
Ele interrompeu seus pensamentos para pegar um cigarro; providencialmente, deixara uns no bolso da calça (que era a mesma que usara ontem) e acendeu-o. Sentiu uma calma fria enquanto tragava o cigarro lentamente, mas ainda tinha os mesmos pensamentos.
Lembrou-se dela, irada, dizendo que ele havia mudado e não dividia nada com ela, que não aguentava mais viver assim. Lembrou-se de uma frase em particular, que muito o magoara, um “Eu odeio te amar.”
Poderia soar romântico. Uma declaração de amor às avessas, mas ele tinha consciência de que não era isso. Sentiu agudamente o significado das palavras como se fossem novamente gritadas para ele.
Tudo o que mais queria era organizar sua mente, ao menos descobrir em parte o que se passava dentro de si. Romper essa apatia. Não aguentava mais sofrer, e nem fazê-la sofrer.
Pôs-se a meditar, nesse instante, se o amor valia realmente a pena. Sim, era um sentimento maravilhoso.
Sim, ele sentia-se como se houvesse tocado a lua; mas quando a dor vinha, era pior do que qualquer coisa.
E o fato de ele ainda assustar-se com essa história de se preocupar com alguém mais do que a si mesmo não ajudava em nada.
Seu cigarro terminou, e ele jogou-o na pia do banheiro. Ficou mais alguns segundos sentado, olhando pro teto, até concluir que isso não resolveria seus problemas.
E quando se levantou tinha em mente duas coisas: a idéia de que o amor ia o destruir. Ia destruir a ela. Ia destruir a ambos.
E a vontade esmagadora de que estivesse errado.
Fim
P.S: se você gostou do conto e quiser postá-lo em algum lugar, fico lisonjeada. MAS antes disso, fale comigo e quando eu liberar, poste os créditos, ou teremos problemas.
UHUL, first \o/
ResponderExcluirÉ Bru, tinha razão, esse conto não é recomendavel pro meu momento, rs. Mas foi bom porque li com mais emoção, mais sentimento. E consegui sentir ele de um modo intenso. Ficou muito bom, adoro o jeito que vc descreve as emoções das personagens, a gente consegue visualizar e sentir o que eles estão passando. Parabéns mais uma vez Bru =) s2
Jenny, sua chata, por sua culpa eu não firstay ¬¬ -q
ResponderExcluirLer ouvindo a música é bom @.@ Aos poucos eu vou aprendendo a ler e ouvir coisas ao mesmo tempo -q
Então, tá ótimo Bru *-* Descreve perfeitamente o que ele sentia, o que deixa fácil de alguém se identificar com o conto. Além de também mostrar que existe um outro lado do amor, que todos conhecem, mas ignoram.
Achei tão lindo isso no dia dos namorados xD
Parabéns, mesmo ;*
=
ResponderExcluirBom, eu não sei como a Ari se sentiu
porque to escutando Artic Monkeys XD~...
Mas então... sempre te falo e você mesmo assim não acredita ner, tu tem um dom inacreditável de "se" colocar em dezenas de situações Ç_Ç
Gosto dos seus textos, poque num curto espaço de tempo você consegue dar vida ao personagem ( sentimentos, psicopatias e por ai vai )
parabéns mon bien !! \o
Interessante! tenho um conto publicado no site "recanto das letras" com o mesmo titulo. Seria plagio ou uma tragica coincidencia!?
ResponderExcluirNão escrevo plágios. Acho que um título inspirado em uma música de amor e decepções, conhecida mundialmente, não é exatamente uma coincidência assombrosa. :)
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