19 de ago. de 2011

Crônica - Beleza


Olá pessoas :D

Uma pequena crônica, hoje; criei depois que me inspirei vendo o filme "Beleza Americana". 

Como sempre, opiniões são bem vindas, hein? :-)

Beleza

Em um dia como outro qualquer, um jardim estava à vista. Várias coisas poderiam ser vistas naquela cena. 

Uma delas era uma árvore muito velha, já infrutífera, sem folhas e com galhos espinhentos.

Linda.

Uma poça de lama, banhada com água da chuva, onde uma folha parecia dançar sobre a água.

Era lindo.

No meio de tudo, um garotinho estranho, de olhos escuros e sem nenhum atrativo em especial seguindo os padrões de beleza, mas que olhava para você e fazia com que as emoções que sentia se estampassem naqueles olhos negros.

Lindo.

Uma pena ao vento completava o cenário, voando com tanta graça e delicadeza que passava despercebida a quase todos.

 Linda.

Tudo era lindo, quase deslumbrante.

Não que isso seja uma opinião geral; visto por olhos normais, tudo isso é comum, até ordinário.

“Isso não tem nada de belo”, talvez dissessem. Mas quem ou o que determina o que é belo ou feio?

O mundo está repleto de beleza; está por toda parte. Fervilhando de beleza e vida para onde olharmos. O problema é que nossos olhos estão muito viciados e cegos para tudo aquilo que não se encaixa em nossos 
padrões que nem notamos coisas lindas e simples ao nosso redor.

Estamos mais acostumados a achar a sujeira em vez do exótico, o estranho em vez do belo, o indecente em vez do puro.

Esquecemos-nos de apreciar as coisas pelo que são; ao invés disso, as apreciamos pelo que elas parecem ser.

Bem, somos humanos, e o que nós podemos saber? Há tanto para se descobrir e reconsiderar, que talvez pudéssemos ser chamados de ingênuos.

Ingênuos ao pensar que tudo sabemos e controlamos.

Tão ingênuos, que desaprendemos a ver o mundo com nossos próprios olhos e regras, nos guiando pelos 
padrões e conceitos de terceiros, que por sua vez, pegaram esses mesmos padrões e conceitos de outras pessoas.

Pobre de nós, humanos.

Pobre de nós, porque às vezes passamos a vida toda com essa venda nos olhos. Pobre de nós, que rejeitamos os raros que conseguem enxergar de acordo com suas próprias regras.

Pobre de nós; somos apenas humanos.

Mas justamente por sermos apenas humanos, temos chances de nos libertar desses conceitos e de nós mesmos; não nascemos com regras morais e conceituais.

Não sabemos os rumos do futuro, então talvez possamos voltar a ver o mundo com olhos sinceros e inexperientes; quem sabe assim, passamos a enxergar a abundância de beleza que existe.

Que sempre existiu, sempre estava ali.

Mas pobres de nós humanos, éramos cegos para vê-la.

 Fim

P.S: se você gostou da crônica e quiser postá-la em algum lugar, fico lisonjeada. MAS antes disso, fale comigo e quando eu liberar, poste os créditos, ou teremos problemas.

5 comentários:

  1. Que legal esse texto Bru!
    Dou graças por ainda existir pessoas que sabem dar valor às coisas simples e mais belas do mundo... Pobre desses mortais, que não passam de "mais um humano" enquanto nós, somos raros e viveremos para sempre ;)

    parabéns <3

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  2. "Que sempre existiu, sempre estava ali.
    Mas pobres de nós humanos, éramos cegos para vê-la.", pura verdade, estou tentando ser menos assim. Lindo texto.

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  3. =

    É infelizmente a verdade que cerca o MUNDO ner
    =\ as pessoas só vêm o que querem ( ou o que foram acostumadas a querer ver ). Mas sempre tem alguém ( como nós ?! ) que ve através de estilos, ideologias e conceitos pré fabricados.

    Gosto do modo que tu pensa Bru, é tão louka e interessantemente devaneiosa ( !? ) heheh
    amo cada dia mais a você e o que escreve.

    Só posso dizer que adorei \o

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  4. Poxa Guria, voce escreve muito bem. Adorei seu blog e suas cronicas. Abraços

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  5. Muito obrigada pelos comentários, pessoas :-)

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